Crítica feminista, Cultura de massa e Biopolítica
Filme: O beijo da mulher aranha do diretor
Hector Babenco
Sabe-se
que a arte vai de encontro ao publico criando e recriando possiblidades à
sociedade muito aquém do que se pode imaginar. Não deixando porem de reler e
demonstrar criticar e impulsionar as massas a novos saberes e evidentemente
gerar lucros a grupos marcados nestes tempos da Industrial Cultural.
A literatura pode demonstrar uma
serie de sensibilidades e de praticas
discursivas, são ricamente apresentadas segundo a potência descritiva da
linguagem que cria, representa, transforma subjetividades tanto individuais
quanto coletivas.(CONFORTIM, P.46)
Vamos
à personagem Molina, e sua rica demonstração das subjetividades femininas das
últimas décadas.Sem sair do espaço, (cela) estilosamente desenrola as cenas que ocorrem em seus relatos construídos por seu imaginário,
que sabiamente refletem a construção da indústria cultural de um ideal
feminino. Molina faz da cela onde se encontra vários cenários fieis
a história reproduzindo o feminino perfeitamente. Um produto da indústria
cinematográfica.
Nem
mesmo o furor e a obsessão patriótica de seu companheiro de cela são capazes de
persuadir Molina de seu mundo subjetivo, que segue narrando e criando cenas de um ideal
feminino em filmes onde ela é o diretor, julgando-se dona de todos os poderes. Sua força é comprovada com a
rendição de seu companheiro embrutecido ao render-se a magia do seu poder
feminino, “Molina, homossexual”.
Molina
consciente das subjetividades, solicita um beijo de Valentim, neste momento
eles firmam um pacto. Molina sabe o que representa o beijo. “no mundo dos profissionais do sexo, o beijo
só o ocorre quando há o amor ou paixão, nos demais envolvimentos, somente o
sexo." Ao receber o beijo, nasce um valor real e retribui a prova. A
seu modo enfrenta a realidade e defende a causa de Valentim.
Curiosidade popular: O titulo do filme,” O
beijo da mulher aranha.” Contam os antigos,
que havia uns soldados fugindo de seu inimigos e
cansados entraram em uma gruta. Sabiamente não destruíram uma teia de
aranha que tinha na entrada. Os inimigos afoitos que em sua procura ao se depararem com a gruta e a teia intacta
descartaram a possibilidades dos soldados estarem ai. No Subjetivo coletivo,
aranha, teia, é proteção.
A moça tecelã de Marina Colasanti
Marina
Colasanti em seu conto a moça tecelã tece palavras sabiamente e transcende o poder preponderante do
discurso masculino. Ciente de que a literatura é um espaço da cultura feminina
insere sua voz com seu tecer. Seu conto
exerce um consolo e uma receita endereçada ao feminino agir
silenciosamente e assim superar os
obstáculos (machismo) e atingir seu objetivo.
Não
fugindo da herança cultural ela tece, ao tecer ela constrói sabiamente. Sabe-se
que neste período da história não cabia mais à mulher tecer e sim unir peças,
costurar. Costurar peças e peças por doze ou mais horas intermináveis sem nenhum
direito trabalhista.
Como
se lê, anteriormente ela insere sua voz no meio cultural vigente, ou seja o
imaginário feminino criado há muito pelo masculino. Um príncipe a ela uma
princesa.
Constata-se
sua submissão e a forte aliança com suas
companheiras, pois em nenhum momento ela tece seu eu, somente o que a mulher
poderia pretender, ter. Um homem, para representá-la. A atitude comum de todas as mulheres. Fielmente,
submissamente, desvenda a este homem seu segredo:
Seu
poder de tecer.
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Segue tecendo e confidencia a todas revelando sua ambição. Depara-se com a
realidade e...
“Triunfosamente
compartilha, fiel ao seu publico. Ensina desdetecer na calada da noite. Conscientemente
sabe, que se o fizesse com a luz do dia, seria vencida.”
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