terça-feira, 23 de abril de 2013




 Crítica feminista, Cultura de massa e Biopolítica 

 Filme: O beijo da mulher aranha do diretor Hector Babenco

Sabe-se que a arte vai de encontro ao publico criando e recriando possiblidades à sociedade muito aquém do que se pode imaginar. Não deixando porem de reler e demonstrar criticar e impulsionar as massas a novos saberes e evidentemente gerar lucros a grupos marcados nestes tempos da Industrial Cultural. 

A literatura pode demonstrar uma serie de sensibilidades e de       praticas discursivas, são ricamente apresentadas segundo a potência descritiva da linguagem que cria, representa, transforma subjetividades tanto individuais quanto coletivas.(CONFORTIM,  P.46)

Vamos à personagem Molina, e sua rica demonstração das subjetividades femininas das últimas décadas.Sem sair do espaço, (cela) estilosamente desenrola as cenas  que ocorrem  em seus relatos construídos por seu imaginário, que sabiamente refletem a construção da indústria cultural de um ideal feminino.  Molina  faz da cela onde se encontra vários cenários fieis a história reproduzindo o feminino perfeitamente. Um produto da indústria cinematográfica. 

Nem mesmo o furor e a obsessão patriótica de seu companheiro de cela são capazes de persuadir Molina de seu mundo subjetivo,  que  segue narrando e criando cenas de um ideal feminino em filmes onde ela é o diretor, julgando-se dona de  todos os poderes. Sua força é comprovada com a rendição de seu companheiro embrutecido ao render-se a magia do seu poder feminino,  “Molina, homossexual”.

Molina consciente das subjetividades, solicita um beijo de Valentim, neste momento eles firmam um pacto. Molina sabe o que representa o beijo. “no mundo dos profissionais do sexo, o beijo só o ocorre quando há o amor ou paixão, nos demais envolvimentos, somente o sexo." Ao receber o beijo, nasce um valor real e retribui a prova. A seu modo enfrenta a realidade e defende a causa de Valentim.

 Curiosidade popular: O titulo do filme,” O beijo da mulher aranha.” Contam os antigos,  que havia uns soldados fugindo de seu inimigos  e  cansados entraram em uma gruta. Sabiamente não destruíram uma teia de aranha que tinha na entrada. Os inimigos afoitos  que em sua procura  ao se depararem com a gruta e a teia intacta descartaram a possibilidades dos soldados estarem ai. No Subjetivo coletivo, aranha, teia,  é proteção.


    A moça tecelã de Marina Colasanti

Marina Colasanti em seu conto a moça tecelã tece palavras sabiamente  e transcende o poder preponderante do discurso masculino. Ciente de que a literatura é um espaço da cultura feminina insere sua voz com seu tecer.  Seu conto exerce um consolo e uma receita endereçada ao feminino agir silenciosamente  e assim superar os obstáculos (machismo) e atingir seu objetivo.

Não fugindo da herança cultural ela tece, ao tecer ela constrói sabiamente. Sabe-se que neste período da história não cabia mais à mulher tecer e sim unir peças, costurar. Costurar peças e peças por doze ou mais horas intermináveis sem nenhum direito trabalhista. 

Como se lê, anteriormente ela insere sua voz no meio cultural vigente, ou seja o imaginário feminino criado há muito pelo masculino. Um príncipe a ela uma princesa.

Constata-se sua submissão e a forte  aliança com suas companheiras, pois em nenhum momento ela tece seu eu, somente o que a mulher poderia pretender, ter. Um homem, para representá-la.  A atitude  comum de todas as mulheres. Fielmente, submissamente, desvenda a este homem seu segredo:

Seu poder de tecer.
................................................................................ Segue tecendo e confidencia a todas revelando sua ambição. Depara-se com a realidade e...
“Triunfosamente compartilha, fiel ao seu publico. Ensina desdetecer na calada da noite. Conscientemente sabe, que se o fizesse com a luz do dia, seria vencida.”

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